terça-feira, 25 de junho de 2013

Ciclo do Touro


O “Ciclo do Espírito Santo”  aqui

“Astro Rei”- Marcha da Rua de São João (2009)

“As festas populares de São João de longa data se acham generalizadas por todo o mundo e encontram-se eivadas de sobrevivências pagãs. Para isto devia ter contribuído a coincidência da época da sua celebração com o solstício, festejando ruidosa e solenemente na antiguidade pelos povos pagãos, em honra do sol e da fecundidade.

A darmos crédito a certas interpretações, a-pesar-da doutrina da igreja que mandava não fazer caso dele, (Sermão de Santo Eloi no século VII, citado por Teófilo Braga no “Povo Português”, II-58), à fixação da data não foi estranho o solstício do verão. No simbolismo dos primeiros tempos do cristianismo, Cristo era o Sol novo, cujo Natal, coincidia com o solstício do inverno, data em que os dias começam a crescer. Daí o fixar-se a festa do Santo precursor no solstício do verão, quando minguam, por dizer o Evangelho de São João – opotet illum crescere me autem minui ou, como traduziu Frei Joaquim da Nossa senhora da Nazaré, “é necessário que ele cresça e que eu diminua”. (…)

“Consigo trouxeram para as ilhas os primeiros povoadores os costumes portugueses, que têm chegado até nós, embora as festas joaninas cada vez mais esquecidas estejam em risco de desaparecerem.
Na Terceira há a distinguir as festas populares das da nobreza de Angra.

Á semelhança da Côrte, os nobres terceirenses organizavam bandos, cavalhadas, encamizadas, touradas, iluminações e festas religiosas, estas na ermida própria edificada nos princípios do século XVI, no canto da Rua de São João para a Rua da Sé, então denominada das Covas à Praça, do lado da Praça, por João Vieira o Velho. A ermida, há mais de um século profanada e substituída por casa de habitação, estava disposta por forma que da rua se viam os actos do culto, aos quais assistia a nobreza a cavalo, bem como, por determinação do Bispo D. Jerónimo Teixeira Cabral, em 1611, o cabido da Sé."
 In “Açoreamento”, Vol. VI, Fascículo II, p. 127

Continua

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