segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ciclo do Touro (3)



“Aqui foi a Praça de Toiros de São João”

“Inaugurada em 24 de Junho de 1870, foi durante mais de uma centena de anos a “sala de visitas” da aficion Terceirense, pois foi nela que debutaram alguns cavaleiros, amadores do toureiro a pé e valentes forcados que mantiveram e dignificaram as nossas tradições tauromáquicas e prestigiaram a arte, valor e brio, que ainda hoje os aficionados à Festa dos Toiros ostentam com orgulho e defendem como pergaminho herdado o desejo de o legarem a filhos e netos, Assim a Festa na terceira é para continuar. Recordemos a Praça de Toiros de São João que se situou no inicio da canada Nova de santa Luzia de angra, onde agora surgiu o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.
A obra começa em Fevereiro de 1869 com dinheiro proveniente de um grupo de accionistas representado por António Augusto Borges, Manuel Homem da Costa Noronha, Zózimo do rego Meneses, Camilo Borges e João Borges do Canto.
Pela arena desta velhinha Praça de Toiros desfilaram importantes figuras nacionais e estrangeiras, do toureiro a pé e cavaleiros, sem esquecer os amadores locais. Lembram-se ainda as ganaderias e os forcados continentais e terceirenses. 
A título de curiosidade podemos acrescentar que a Praça tinha a lotação de cerca de 2500 lugares, era encimada por camarotes e não possuía trincheira equestre, pois aqueles esconderijos eram fixos.
E, 1908 a propriedade da Praça de São João passa a ser de António Bernardo da Silva e genro de Gabriel Augusto da Silva.
Depois de outra mudança de proprietário entre 1918 e 1921 José e João Maria de Ávila, a Praça de São João é adquirida à antiga empresa Foto - Cinema Açores, S.Q.R-L.. pelo empresário Marcelo Pamplona no primeiro trimestre de 1942. Pelo falecimento deste, a Praça coube na herança a sua filha Eunice Pamplona Maciel, que por sua vez a vende à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo no dia 29 de Dezembro de 1981, pela quantia de 3.500 contos.
Mas, mesmo com uma arena de dimensões relativamente pequena (30 m de diâmetro), assistiu-se a lides a duo de cavaleiros, a faenas para não esquecer no toureio a pé e apreciar o procedimento de bravura e nobreza dos toiros.
E por tudo que acabo de relatar, mais uma vez se confirma a importância que a Praça de Toiros teve na História da tauromaquia Terceirense.
A Praça que se encontrava em muito mau estado de conservação é destruída e no mesmo lugar foi construído o Centro Cultural e de Congressos.
Por vezes, há males que vêm por bem; perdeu-se uma Praça de Toiros, ganhou-se um Centro Cultural que muito irá projectar o nome da Ilha Terceira, bem como a possibilidade de se falar e defender a nobre arte da tauromaquia.
 
Ricardo Jorge


Continua

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